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Fora do epicentro do coronavírus no Brasil, a região Nordeste concentra outros números que trazem preocupação para especialistas em saúde pública: estados com taxa de letalidade acima da média nacional.
Das nove unidades da Federação que integram a região, em quatro as mortes, proporcionalmente, são mais frequentes do que no conjunto do país. Pesquisadores que conhecem as realidades locais citam indicadores sociais, deficiências nos sistemas de saúde, especificidades etárias e a baixa testagem como fatores que podem explicar a diferença nos dados em relação ao resto do país.
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De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde na quarta-feira, o Brasil tem 28.320 casos confirmados de covid-19 e 1.736 mortes, o que representa uma letalidade de 6,1%. No Piauí, por exemplo, o número absoluto de casos não é expressivo – 75 –, mas 8 pessoas já morreram, o que significa um índice de 10,7%. Paraíba (13,9%), Pernambuco (9,6%) e Sergipe (8,7%) também têm taxas superiores às do conjunto do país.
O prognóstico para a região é outro ponto preocupante. Segundo o Consórcio Nordeste, grupo que reúne os governos locais, a projeção é que até o próximo dia 20 os nove estados, juntos, acumulem 8.454 casos da doença, um aumento de cerca de 45% em relação aos números de quarta-feira, o que acendeu um alerta nos gestores da região.
Além da letalidade acima da média nacional, o Piauí também tem menos leitos de UTI do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – segundo o painel do Ministério da Saúde. Em relação ao Piauí, a avaliação é de que, além do baixo número de testes, problemas estruturais históricos e fatores sociais pioram a situação do estado. Por outro lado, medidas de distanciamento social adotadas tanto pelo governo estadual quanto pela prefeitura de Teresina têm inibido um crescimento mais íngreme da curva de contágio.
– A gente tem, como sempre, uma situação crônica e deficiente de estrutura. É recorrente no Brasil, e no Piauí isso é bem evidente. Como um dos estados mais pobres da federação, a gente também imagina que determinantes sociais sejam muito importantes aqui. Esses (os mais pobres) devem ser os alvos, infelizmente os mais atingidos. Quanto mais pressão (na rede hospitalar) estiver ocorrendo, a gente imagina também que vai ser um problema no estado quando (a doença) se manifestar para valer – analisa o professor Osmar de Oliveira Cardoso, pesquisador do Núcleo de Estudos em Saúde Pública da Universidade Federal do Piauí (UFPI).
Fonte: O Globo
Postado por Redação
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