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A imposição de uma tarifa de 40% anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que se soma aos atuais 10%, deve afetar preços de alguns alimentos básicos exportados pelo Brasil como carnes, café e frutas. O país é um dos principais fornecedores desses produtos para o mercado americano. A exceção é o suco de laranja, que permanecerá isento e é amplamente utilizado pela indústria de refrigerantes dos EUA, ficando livre da taxa extra.
Os demais itens, contudo, começam a ser taxados a partir de 7 de agosto, com a tarifa total de 50%. A partir disso, como devem se comportar os preços no Brasil? Entenda:
Carnes
As carnes bovinas já vinham em relativa queda no primeiro semestre, depois de terem subido quase 21% no ano passado. Tendência que pode se aprofundar com a nova tarifa. No atacado, entre o dia 1º e 30 de julho, o preço da arroba do boi gordo deixou de ser negociado próximo a R$ 310,65 para R$ 294,20. Uma queda de 5,29% no mês.
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Na semana passada, o economista da LCA 4Intelligence Fábio Romão mostrou que a arroba de boi gordo já vinha caindo há três semanas seguidas “nas praças pecuárias de São Paulo” que são referência para o mercado nacional:
— As incertezas causadas pela taxação, aliadas à maior oferta de gado, devido ao declínio das pastagens durante o inverno (os pecuaristas abatem o boi antes da estação mais fria do ano), afetam as cotações. Com a dificuldade para exportar, aumenta a oferta doméstica, e o preço cai.
Ele prevê que o impacto chegue ao varejo entre agosto e setembro. Uma diferença na expectativa que havia antes do tarifaço, quando só se esperava uma queda mais forte dos preços da carne no ano que vem.
Sérgio Capucci, vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul, diz que o efeito para o consumidor será pequeno, porque os frigoríficos conseguiram desviar a produção:
— Teve um impacto pequeno logo depois do anúncio das tarifas. De queda de uns 5%, mas nenhum frigorífico diminuiu a produção.
Café
No café, o movimento é mais volátil. O preço tem oscilado nas últimas semanas, embora com uma ligeira queda no mês de julho. Não é possível, no entanto, cravar a tendência de recuo daqui em diante. Entre 1º e 30 de julho, a cotação do café tipo arábica saiu de R$ 1.807,41 para R$ 1.797,02, no fechamento do dia do tarifaço, uma queda de 0,57% no atacado.
Os aumentos vieram diminuindo, saindo de quase 9% ao mês para 0,56% em junho. Na prévia do IPCA de julho, houve uma queda de 0,36%.
Frutas
Nas frutas, o Hortifrúti/Cepea já tem visto queda no preço das variedades típicas para exportação. No Vale do São Francisco, de onde saem mais de 90% das mangas e uvas para exportação, a manga tommy, tipo que é enviado aos EUA, foi negociada a R$ 1,50 o quilo entre 14 e 18 de julho, recuo de 4% em relação à semana anterior. E já caiu para R$ 1,36 na semana passada.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados, Guilherme Coelho, o quilo de manga no Vale custa R$ 1,20 e pode cair para R$ 0,30 se as 48 mil toneladas que seriam enviadas nos próximos meses aos EUA ficarem aqui:
— O produtor pode ter prejuízo se baixar muito o preço e acabar não colhendo. Defendo que os alimentos fiquem fora do tarifaço.
Segundo Lucas Bezerra, especialista em manga do Cepea, o preço do quilo do produto caiu 30% entre 3 e 18 de julho, por causa da alta da oferta e do consumo menor no inverno e nas férias escolares:
— É um grande desafio para a fruticultura. Diferentemente de commodities, tem uma vida útil, é perecível, não consegue outras estratégias para conter possíveis impactos do tarifaço. Alguma coisa vai ter de ficar no mercado interno.
Postado por Extra.Globo
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